Com a perspectiva de que a renda per capita do brasileiro caia 6,3%
neste ano e só retorne ao patamar de 2013 em 2030, estudo da ONU alerta: uma
população mais pobre é uma população mais infeliz.
·Mídia
·Conteúdo
Um dito popular muito
difundido no Brasil, mas sem autor conhecido, prega que felicidade não se
compra. Mas não é bem assim.Um estudo contínuo feito pela ONU (Organização das
Nações Unidas) com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é capaz de
relacionar a taxa de felicidade de uma nação com o nível do PIB per capita de
seus habitantes. Nessa análise, que leva em conta também questões como
capacidade distópica de entender a realidade e suporte social dado pelo
governo, o Brasil figurar entre os países mais apáticos (nem tão felizes, nem
tão tristes). Pelo menos até 2019.
Segundo o relatório
macroeconômico da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) enquanto o PIB do País
deve cair 4,7%, a fatia de cada um dos brasileiros nas riquezas totais
produzidas encolherá 6,3%. E com a diminuição gradual da renda média dos
brasileiros acontecendo desde 2014, vem caindo também o nível de serotonina.
Agora – além de uma pandemia que afastou entes queridos, elevou a ansiedade das
pessoas e colocou em questão a fragilidade da vida – a perspectiva de
diminuição do salário médio dos brasileiros em 2020 garantirá que o sorriso não
reapareça até 2030. E se o ano de pandemia é responsável pela infelicidade
geral, depois dela a coisa não irá melhorar de bate pronto. De acordo com a
FGV, para atingirmos a renda per capita de 2013 (melhor resultado das últimas
duas décadas) o Brasil levará, no ritmo atual, ao menos dez anos. Se uma década
é muito tempo, retornar ao patamar do ano passado também não será um caminho
tão curto. Segundo o boletim macroeconômico da Fundação, repetir os números de
2019, com otimismo, fica para 2023. “Mesmo em um cenário-base otimista, em que
o PIB do País cresça 3,6% em 2021 e 3% em 2022, a volta para [a renda per
capita de] 2019 está ainda distante”, disse Silvia Matos, coordenadora do
Boletim Macro do Ibre/FGV.
Mas nem todos os
brasileiros vão ficar tristes até lá. Como o PIB per capita médio se
caracteriza pela divisão das riquezas de um país pelo número de habitantes, o
tamanho do Brasil cria algumas distorções. Exemplo disso é que Brasília, que
tem o maior PIB per capita do País, soma renda média de R$ 2,6 mil, enquanto o
Maranhão, lanterna do ranking, fechou 2019 com renda média de R$ 635, segundo
dados do IBGE.
Ansiolíticos
Se confirmada queda de 6,3%
na renda média do brasileiro este ano, vivenciaremos o maior tombo no índice
desde 1981, o que exigirá um esforço extra por parte dos governadores e
prefeitos. Em São Paulo, que ocupa a segunda colocação no ranking, com uma renda
média mensal de R$ 1,9 mil, o governador João Doria (PSDB) afirma que haverá
esforço contínuo para geração de emprego
e recomposição da renda perdida neste ano. De acordo com ele, um dos objetivos
é agregar valor e competitividade para áreas mais distantes do centro econômico
do Estado. Nesse sentido, na quarta-feira (9) ele anunciou investimento de R$
57 milhões no Vale do Ribeira, região que abriga famílias de baixa renda,
quilombolas e têm problemas de infraestrutura e saneamento básico. Com a
medida, segundo o governador, o Estado age para desenvolver a região. “Para
isso é preciso ação, planejamento, investimentos
públicos em todos os setores e também atração de investimentos
privados”, disse.
No lanterna Maranhão,
estado governado por Flávio Dino (PCdoB), a situação é tão periclitante que a
ação do governo estadual se tornou ainda mais urgente. Por lá, o governador
garantiu que a principal ação é o estímulo direto de geração de emprego. Para colher os frutos já em
2021, Flávio Dino lançou em agosto o Plano Emergencial de Empregos (PEE) Celso
Furtado, que consiste em execução de obras de infraestrutura para estimular
empregos diretos. Para as empresas, o governo passou a oferecer benefícios
fiscais, tudo para tentar evitar demissões e ao menos segurar a renda. É uma
espécie de uso de desfibrilador para manter a economia.
“O desafio é cuidar da
saúde dos maranhenses, e garantir condições dignas de vida”, disse ele. Segundo
Dino, para o próximo ano, a tendência é que as ações de estímulo se
multipliquem. “Criamos 62 mil vagas com o PEE, e vamos manter o ritmo em 2021,
tendo o estado como impulsionador”, afirmou. Outros estados ouvidos pela
reportagem, como Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina
garantem que a geração de emprego
será o foco para recuperar a renda (e a felicidade). O poetinha Vinícius de
Moraes até pode ter razão ao afirmar que é melhor ser alegre que ser triste. E
a ONU acrescenta que é muito mais fácil se as contas estiverem pagas.
Paula Cristina, na Isto é Dinheiro
- - - - - - -
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre os livros, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre a Coleção, clique aqui.
|
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui.
- - - - - -
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui. O autor: No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
-----------
| Clique aqui para saber mais. |
| Click here to learn more. |
| Para saber mais, clique aqui. |
|