Ao sair com sua bicicleta para fazer entregas de comida a serviço de um aplicativo, a universitária Franciele Rodrigues, 29 anos, "reza" para receber algum pagamento em dinheiro — e, com isso, ter ela mesma alguma quantia em mãos para garantir sua alimentação para os próximos dias.
Ela concilia a graduação em fonoaudiologia na
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) com bicos de
entregadora na capital gaúcha porque, desde que deixou de viver com sua família
na periferia de Porto Alegre e se tornou universitária, "o bicho
pegou" na tentativa de atender sozinha suas demandas de estudo, moradia e
sustento.
Tudo isso se reflete em uma situação que ela conta já
durar anos: ela vem comendo pouco e mal, o que já gerou consequências para sua
saúde.
"Entrar na faculdade representou deixar de
trabalhar e deixar de ter cuidado com minha saúde. Quando saí da casa dos meus
pais e entrei na universidade, foi a primeira vez que precisei racionar comida
para ter por mais tempo e diminuir a qualidade da minha dieta para ter o que
comer no dia seguinte", contou Franciele por telefone à BBC News Brasil,
dizendo já ter passado alguns dias sem comer nada nessa trajetória, além de ter
tido anemia.
"Durante a pandemia, piorou essa questão da
alimentação. O preço das coisas aumentou muito."
Para complementar a renda, a universitária Franciele
faz entregas de bicicleta
Situações como a narrada por Franciele, de insegurança
alimentar entre universitários, têm ganhado a atenção de pesquisadores no
Brasil e no exterior.
Não há dados nacionais ou de diferentes anos que possam
demonstrar um aumento recente na insegurança alimentar destes estudantes no
Brasil, mas pesquisadores da área sugerem que a piora em indicadores
econômicos, cortes orçamentários para as universidades e a pandemia podem ter
agravado o problema. Este período trouxe como consequência, por exemplo, o
fechamento de restaurantes universitários (RU).
Por isso, diversas instituições anunciaram estar
coletando informações e realizando pesquisas com estudantes sobre a questão
alimentar deles durante a pandemia, como na Universidade de São Paulo (USP) e
nas universidade federais de Uberlândia (UFU), do Estado do Rio de Janeiro
(Unirio), do Acre (UFAC), Rio Grande do Norte (UFRN), Mato Grosso (UFMT) e
Paraná (UFPR).
Algumas resultados já foram publicados. Um artigo
científico de março mostrou que 84,5% de 84 estudantes morando no Conjunto
Residencial da USP (CRUSP) entrevistados online tinham algum nível de
insegurança alimentar — definida por ao menos uma resposta afirmativa a
perguntas como "nos últimos 3 meses, a comida acabou antes que você
tivesse dinheiro para comprar mais?", "ficou sem dinheiro para ter
uma alimentação saudável e variada?" ou "sentiu fome, mas não comeu
porque não podia comprar comida suficiente?".
Já na dissertação de mestrado da nutricionista Natália
Caldas Martins na Universidade de Fortaleza (Unifor), verificou-se que 84,3% de
428 universitários da rede pública da Bahia e do Ceará apresentaram algum grau
de insegurança alimentar na pandemia — 35,7% leve, 23,6% moderado e 25% grave.
Estes universitários fazem parte de uma grande parcela
da população brasileira em insegurança alimentar: eram 116,8 milhões de pessoas
nessa situação no país em 2020, segundo estimou o Inquérito Nacional sobre
Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19. De acordo com a
pesquisa, a parcela da população afetada cresceu significativamente nos últimos
dois anos.
Café
em falta e remédio para dormir e não sentir fome
Quando conversou com a BBC News Brasil, Franciele
Rodrigues, que mora com o namorado, hoje desempregado, contou que a única
proteína que eles tinha em casa naquela semana era ovo — e, mesmo assim, esse
estava sendo racionado.
"Ontem, a gente comeu ovo meio-dia e de noite, só
um arrozinho com feijão para ter (ovo) no almoço hoje", disse.
Na sua universidade, a UFCSPA, não há um restaurante
universitário — a existência deles não é obrigatória por lei. Mas Franciele
conta com bolsa alimentação de R$ 300 mensais, além de R$ 400 de
auxílio-moradia.
Sem conseguir um emprego por conta da rotina de aulas e
estudos e com aluguel e outras despesas a pagar, esse valor é insuficiente para
se manter, ela diz.
"No primeiro mês de faculdade, fiquei sem dinheiro
porque a bolsa demorou a sair. Teve dias que eu não comi. Ou ia pra aula, ou
comia."
'A gente não sabe se vai sair dinheiro no aplicativo',
diz estudante de fonoaudiologia sobre os motivos para racionar comida na semana
Com a pandemia, o namorado, que trabalhava em um
restaurante, perdeu o emprego. Sem as aulas presenciais, ela deixou de conseguir
vender lanchinhos e sucos que vendia na faculdade, perdendo mais um bocado de
renda. Em 2020, a universidade organizou a entrega de cestas básicas mensais
para alunos com vulnerabilidades como ela, mas Franciele diz que neste ano
deixou de receber a doação.
Hoje, até o café está faltando em casa, e as frutas são
raridade. Por outro lado, ovos, salsichas e hambúrgueres congelados passaram a
protagonizar as refeições.
"Pulamos o café da manhã. Costumamos almoçar e
jantar", conta Franciele, dizendo já ter perdido uma disciplina quando as
aulas eram presenciais, por não ter o que comer. "Hoje, vejo que a
situação está horrível mesmo para quem não pega assistência estudantil."
Para a estudante de turismo da Universidade Federal de
Juiz de Fora (UFJF) Juliana Castro, 21 anos, uma solução para conter a fome
devido a refeições puladas tem sido dormir — às vezes através de remédios para
isso. Durante sua trajetória universitária iniciada no segundo semestre de
2018, ela recebeu bolsas por alguns meses, não conseguiu empregos para
complementar a renda e hoje conta estar endividada. Como essa situação
financeira afeta diretamente sua alimentação, ela conta ter perdido quase 20kg
nos últimos dois meses.
"Posso te dizer que o semestre passado eu passei
acho que porque Deus quis. Eu não consegui ler texto, escrever então era fora
de série", conta Juliana, que nasceu na pequena cidade de Palma (MG) e
mora hoje em um alojamento da UFJF. "Não consigo me concentrar para fazer
as coisas, fico com indisposição, cansaço. Já desmaiei por ficar sem comer.
Fico com a barriga e a cabeça doendo de fome."
"Nos dias que eu não como nada, literalmente nada,
eu só durmo. Às vezes eu tomo remédio para dormir, porque dormindo eu não sinto
fome."
Desde o início da faculdade, a estudante teve a ajuda
de amigos, que dividem com ela compras ou emprestam o dinheiro ou o cartão; e
recebeu por algum tempo algumas bolsas, sempre com valores abaixo de um salário
mínimo.
Juliana conta que durante dois anos recebeu uma bolsa
vinculada ao Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), mas a vigência
do benefício acabou. Ela também recebeu por alguns meses uma bolsa bancada por
emendas parlamentares destinadas à Diretoria de Imagem Institucional da UFJF,
precisando em contrapartida trabalhar em projetos de extensão. Entretanto, os
pagamentos desta são irregulares.
Em nota, a UFJF afirmou que "dada a origem dos
recursos — emenda parlamentar — o pagamento da bolsa dependia do envio de
recursos financeiros pelo Congresso, o que não ocorreu de forma linear e
seguindo prazos pré-estabelecidos".
A universidade afirmou que as bolsas pagas a alunos de
graduação tinham até junho o valor de R$ 400, mas esses valores precisaram ser
reduzidos para R$ 300 "em virtude das restrições orçamentárias às quais as
universidades brasileiras foram submetidas".
Já a UFCSPA, onde estuda Franciele Rodrigues, afirmou
em nota enviada à reportagem que está construindo um restaurante universitário,
com previsão para abertura em 2022: "(…) cabe informar que a UFCSPA se
tornou universidade federal em 2008, e desde então esta demanda (por um
restaurante) tem sido apresentada pela comunidade universitária, demanda que
está sendo encaminhada pela atual gestão."
"Salientamos a importância do PNAES que, mesmo com
elevados cortes orçamentários, em conjunto com demais políticas públicas, tem
sido um instrumento que colabora na segurança alimentar e na permanência
estudantil no ensino superior", acrescentou a UFCSPA.
O
impacto dos cortes para as universidades
O Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) foi
criado em 2010 e repassa verbas a instituições federais de ensino superior para
que estas forneçam, conforme suas políticas internas, assistência aos
universitários na moradia, alimentação, transporte, inclusão digital, entre
outros.
Entretanto, a presidente da União Nacional dos
Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, diz que estas ações estão prejudicadas no
contexto de "corte de mais de R$ 1 bilhão" no orçamento das
universidades federais, citando dado da Associação Nacional dos Dirigentes das
Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) sobre a diminuição de verbas
entre 2020 e 2021.
A Andifes diz que os recursos para o PNAES já têm sido
insuficientes nos últimos anos, e que idealmente deveriam chegar a R$ 1,5
bilhão. Entretanto, segundo levantamento da entidade, em 2021 houve a maior
redução no orçamento para o programa nos últimos cinco anos: o valor executado
diminuiu 15,78%, caindo de R$ 1 bilhão em 2020 para R$ 874 milhões em 2021.
Esses valores são nominais — ou seja, não consideram a
variação da inflação. Portanto, a diminuição do orçamento é na realidade maior
do que 15,78%.
Na outra ponta, isso se reflete na evasão dos
estudantes, segundo a presidente da UNE.
"Uma vez que a crise econômica é muito maior
agora, e mais estudantes e suas famílias perderam rendas, a verba destinada a
esses programas e bolsas não acompanhou a necessidade. Ainda não temos dados
sobre a evasão universitária no pós-pandemia, mas com certeza, eles devem se
elevar", escreveu Brelaz à BBC News Brasil.
O Ministério da Educação não atendeu ao pedido de
posicionamento da reportagem.
Estudante de Direito, Erisvan Bispo, 43 anos, sabe bem
o que é o descompasso entre o valor das bolsas e as necessidades. Indígena, ele
recebe a Bolsa Permanência no valor de R$ 900 e, no passado, recebia também
auxílio moradia e alimentação.
A Bolsa Permanência foi criada em 2013 pelo governo
federal. Trata-se de um auxílio financeiro destinado sobretudo a universitários
indígenas e quilombolas em instituições federais.
Em 2019, Erisvan precisou optar por alguma das bolsas,
pois uma regra da sua universidade, a Federal da Paraíba (UFPB), passou a vedar
o acúmulo de auxílios estudantis com a Bolsa Permanência. Perto da sua casa em
Mamanguape (PB) e no seu campus, não há restaurante universitário.
"Acompanhando o aumento do preço das coisas, você
fica perplexo. Quando você pensa o quanto de dinheiro entra e o quanto tem que
gastar, enlouquece", disse Erisvan à reportagem por telefone.
"Direito é um curso que eu preciso me dedicar muito. Não é impossível
estudar e trabalhar, mas para ficar com um coeficiente de rendimento alto, é
difícil."
"Sem trabalho, eu dependo das políticas
sociais."
O "preço das coisas", como disse o
universitário, realmente tem subido consideravelmente na alimentação, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado
dos últimos 12 meses, a inflação nos alimentos e bebidas, medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 11,7%, conforme
registrado em outubro. Entre os 10 alimentos que mais tiveram aumento estão o
pimentão (85,37%), açúcar refinado (47,8%), mandioca (40,7%), filé mignon (38%)
e tomate (31,99).
Em nota, o professor Alfredo Rangel, pró-reitor de Assistência
e Promoção ao Estudante da UFPB, afirmou que a universidade conta hoje com
quatro restaurantes universitários e pretende abrir mais uma unidade em
Mamanguape no ano que vem.
Ele acrescentou que, embora a UFPB tenha recebido um
orçamento menor para assistência estudantil, a universidade conseguiu manter o
valor e o número de bolsas normalmente ofertadas.
Também com orçamento apertado, no seu caso para bancar
aluguel, moradia, internet, transporte e comida, Erisvan diz ter cortado da
alimentação itens que chama de "supérfluos", como iogurte, queijo,
biscoito recheado, goma para tapioca e frutas.
"A única carne que consigo comer é hambúrguer,
calabresa e salsicha, porque é barato", afirma Erisvan, acrescentando ter
perdido peso por conta da combinação falta de renda e estresse por todo este
cenário.
Em um futuro próximo, ele diz depositar esperança em
oportunidades de estágio remunerado e, a longo prazo, nos frutos que sua carreira
pode trazer.
"Às vezes, por conta dos cortes (na educação
superior), sinto revolta. Mas também sou muito grato por estar na universidade.
Eu não acordo reclamando, lamentando… Eu sei que estou passando dificuldades
para ter uma melhoria de vida. Acredito que algo de bom vai acontecer depois
que eu me formar, depois da carteirinha da OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil)."
Vulnerabilidade
da 'primeira geração'
Erisvan diz ter uma origem "paupérrima" e é o
primeiro da família a ir para a universidade. Nascido em uma aldeia na serra do
Ororubá, em Pernambuco, ele e a família migraram para São Paulo (SP) fugindo de
conflitos por terra. Ele morou cerca de 30 anos na capital paulista e depois
resolveu voltar a morar e estudar no Nordeste.
Assim como ele, Franciele Rodrigues e Juliana Castro
também são da primeira geração de suas famílias a ir para a universidade.
Apesar de vir dos Estados Unidos, um dos maiores
estudos já feitos sobre a insegurança alimentar nas universidades mostrou que
estudantes de "primeira geração" — ou seja, cujos pais não tinham
ensino superior —, aqueles com níveis socioeconômicos mais baixos, além de
imigrantes e pessoas trans eram mais vulneráveis ao problema.
A pesquisa publicada em 2019, intitulada College and
University Basic Needs Insecurity e realizada pelo Hope Center, entrevistou 86
mil estudantes em 123 universidades. Deste total, 45% foram considerados como
sofrendo de insegurança alimentar nos 30 dias anteriores.
Franciele, assim como outros entrevistados, está na
primeira geração da família a ir para a universidade
A nutricionista Tânia Aparecida de Araújo é uma das
autores da pesquisa sobre a insegurança alimentar entre alunos vivendo no
Conjunto Residencial da USP (Crusp) durante a pandemia. Ela diz que neste e em
outros estudos realizados no Brasil, a baixa renda foi um dos fatores mais
importantes para a insegurança alimentar dos universitários.
Dos alunos considerados em insegurança alimentar no Crusp,
92,6% tinham renda considerada insuficiente.
Para Araújo, é justamente a chegada de estudantes de
baixa renda à universidade nas últimas décadas, movimento que ela atribui a
políticas de inclusão dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011)
e Dilma Rousseff (2011-2016), que impulsionou a insegurança alimentar nas
universidades como tema de pesquisa.
"A gente tem agora mais pessoas de baixa renda
entrando na universidade, o que é muito positivo, porque são ciclos de pobreza
que podem ser quebrados. Mas antes, os universitários, principalmente de
universidades públicas, eram de uma classe média branca. Agora, a gente
realmente tem que dar atenção às políticas públicas para garantir, entre outras
coisas, a segurança alimentar e nutricional desses estudantes", diz a
pesquisadora, doutora em saúde pública pela USP.
A nutricionista aponta que, além da origem
socioeconômica, os universitários ficam mais vulneráveis à insegurança
alimentar à medida que deixam de ter redes de apoio como a alimentação e
moradia na casa da família. Tendo que se virar sozinhos, muitos apelam às
comidas ultraprocessadas como hambúrgueres e macarrão instantâneo porque são
rápidas, práticas e baratas.
Ela também ressalta a importância dos restaurantes
universitários mas diz que não deve-se esperar que eles contemplem
integralmente todas as refeições dos alunos. Desejar comer em outros lugares
além deles é legítimo — e em alguns casos necessário, como no caso de Juliana
Castro, que teve problemas de intolerância a vários alimentos frequentes no
cardápio do RU da sua universidade, como leite e carne de porco.
"A gente acha que a pessoa vulnerável tem que
aceitar qualquer coisa, mas todo mundo tem direito de fazer suas escolhas
alimentares. Por mais que tenha o restaurante universitário, é muito difícil
você manter uma graduação fazendo todas as refeições, almoço e janta em um
restaurante", diz Tânia Aparecida de Araújo, apontando para a importância
das bolsas de auxílio, além dos RUs.
Para ela, os estudos têm se voltado para as
universidades públicas justamente porque estas têm maior propensão a realizar
pesquisas científicas — mas aponta que investigar a situação dos estudantes de
faculdades particulares é também urgente, já que a presença de alunos de baixa
renda nestas é grande, além do forte comprometimento financeiro que as
mensalidades e financiamentos representam para eles.
Bruna Brelaz, da UNE, também aponta para diferenças
entre os tipos de instituição. Enquanto as universidades federais contam o
PNAES e a Bolsa Permanência, mesmo que aplicados de forma insuficiente na sua
avaliação, as estaduais têm políticas e ações variando de acordo com a unidade
federativa.
"Na nossa opinião, é preciso leis, decretos também
estaduais, para garantir a manutenção desses direitos, além da regulamentação e
constante fiscalização para as devidas condições de disponibilização
deles", diz a presidente da UNE.
"Já nas universidades privadas, temos como
realidade a falta de regulamentação, que dessa forma, não garante refeições com
preço acessível, por exemplo", acrescenta. "Se alguma universidade
privada institui esses restaurantes para estudantes ou vale alimentação é por
iniciativa própria, mas sem haver uma regulamentação ou levantamento
oficial."
Mariana
Alvim, BBC News Brasil
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
Para saber mais clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
Para saber mais sobre os livros, clique aqui. |
Para saber mais sobre a Coleção, clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. - - - - - - No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui. No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
-----------
|