Em meio à discussão sobre taxação de bilionários nos EUA, Elon Musk propõe vender 10% de suas ações da Tesla. Mas não deixa claro se essa proposta tem a ver com outro debate em que se meteu: o do combate à fome no mundo.
Num tuíte no fim de semana passado, o presidente da
Tesla, Elon Musk, perguntou a seus 62 milhões de seguidores no Twitter se eles
seriam favoráveis a ele vender 10% das ações que detém da empresa. Quase 58%
dos 3,5 milhões que responderam disseram que sim.
Diante da eminente superoferta de ações da Tesla no
mercado, elas caíram quase 5% nesta segunda-feira (08/11), o que eliminou cerca
de 60 bilhões de dólares do valor de mercado da empresa.
Estimativas sugerem que Musk tenha 17% das ações da
Tesla, na qual foi um dos primeiros investidores. Elas valem em torno de 200
bilhões de dólares.
A fortuna de Musk, o homem mais rico do mundo, é
avaliada em mais de 300 bilhões de dólares. As ações da Tesla correspondem,
portanto, a cerca de dois terços desse patrimônio.
Debate sobre a fome no mundo
O polêmico tuíte seguiu-se a uma discussão pública
entre Musk e o chefe do Programa Alimentar Mundial da ONU, David Beasley. Na
discussão, Musk afirmou que venderia ações da Tesla para ajudar a combater a
fome no mundo se Beasley pudesse mostrar como esse dinheiro seria aplicado para
resolver o problema.
A declaração foi dada depois de Beasley desafiar Musk,
o presidente da Amazon, Jeff Bezos, e outros bilionários numa entrevista à
emissora CNN, afirmando que eles poderia contribuir para acabar com a fome no
mundo.
Beasley disse que fundos adicionais de pouco mais de 6
bilhões de dólares poderiam salvar 42 milhões de pessoas de morrer de fome.
"Se não agirmos, isto é o que vai acontecer:
pessoas VÃO morrer de fome; nações vão ser desestabilizadas e haverá migração
em massa, o que custará 100x mais dos que os $6B+ de que precisamos",
escreveu Beasley. "O que você considera o melhor investimento?!"
O polêmica imposto sobre bilionários
O debate entre Musk e Beasley se deu no momento em que
legisladores americanos discutem a criação de um imposto para bilionários para
ajudar a pagar o pacote social do presidente Joe Biden. A ideia é que cerca de
700 bilionários, entre eles Musk, paguem impostos sobre lucros não realizados em
ativos como ações.
No caso, lucro não realizado designa a valorização de
uma ação que ainda não foi vendida, ou seja, a ação vale mais do que quando foi
adquirida, mas o lucro com a venda dela ainda não ocorreu.
A riqueza de bilionários costuma estar muito mais
atrelada a ações do que a salários e remunerações. Mas a riqueza obtida da
valorização de ações não é taxada diretamente — apenas quando as ações são
vendidas.
Pela proposta, um grupo de bilionários pagaria imposto
de renda sobre a valorização das ações que detêm em vez de pagar imposto apenas
sobre os salários ou vencimentos que recebem.
Musk seria um dos principais afetados por esse
polêmico imposto ainda em discussão e, claro, criticou duramente a proposta.
Mas ele não é o único bilionário dos Estados Unidos
cuja riqueza poderia ser taxada. Outros são Bezos, Warren Buffet e Michael
Bloomberg. Segundo a agência de jornalismo investigativo ProPublica, Musk não
teve de pagar nada em imposto de renda federal em 2018, e Bezos, em 2007 e
2011.
Por causa da oposição de alguns senadores democratas,
a perspectiva atual é de que o imposto para os bilionários não saia do papel.
O que Musk queria com o tuíte?
No seu tuíte, Musk declarou que está preparado para
aceitar o resultado da sua consulta aos seguidores. Se ele realmente vender 10%
de suas ações da Tesla, obterá cerca de 20 bilhões de dólares pelo preço atual
— e terá de pagar em torno de 4 bilhões de dólares em imposto de renda.
Mas Musk não esclareceu quando ele pretende executar a
venda. O senador democrata Ron Wyden, um dos principais defensores da taxação
de bilionários, respondeu que a consulta pública feita por Musk foi uma maneira
inapropriada de abordar a questão.
Em aberto ficou se o bilionário vai usar esse dinheiro
para ajudar a combater a fome. Musk havia pedido a Beasley para que explicasse
como exatamente o dinheiro seria usado para solucionar o problema.
Na sua resposta, Beasley disse que esse dinheiro não
acabariam com a fome no mundo, mas poderia evitar a morte de milhões de pessoas
prestes a morrer de fome.
Se forem usados os sistemas atuais do Programa
Alimentar Mundial, seria possível alimentar 42 milhões de pessoas todos os dias
durante um ano, escreveu Beasley.
Críticos de iniciativas de caridade como essa
argumentam que boa parte do dinheiro acaba se perdendo pelo caminho com
corrupção em vez de atender às necessidades de quem precisa. Outros afirmam que
elas apenas criam um ciclo de dependência e não são uma solução de longo prazo.
Mas Beasley afirma que a "tempestade
perfeita" de conflitos, mudanças climáticas e covid-19 criou um número sem
precedentes de pessoas famintas e que se os 400 maiores bilionários do mundo
contribuíssem com 0,36% do patrimônio que possuem, seria possível cobrir os
custos necessários para salvar pessoas que "literalmente vão morrer se não
fizermos nada por eles".
Kristie Pladson, Deutsche Welle
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