No primeiro
trimestre de 2022, a economia brasileira cresceu 1%, voltando ao mesmo patamar
do segundo trimestre de 2013
Os números apresentados pelo
IBGE na última quinta-feira (02) mostraram um avanço de 1% do PIB no primeiro
trimestre de 2022. Mas alguns dados merecem maior atenção. Um deles é o
investimento, que recuou 3,5% nesse mesmo período. Outra informação, talvez a
mais relevante do ponto de vista estratégico, foi dada pela gerente de contas
trimestrais do IBGE, Claudia Dioníso: "Estamos no mesmo nível de PIB de
segundo trimestre de 2013". Ou seja, se passaram quase dez anos e a nossa
economia está no mesmo lugar. Para um país de renda média, com tanto por fazer,
sem dúvida uma péssima notícia.
A coluna conversou com o
ex-secretário do Tesouro (pediu demissão do cargo no final do ano passado) e
atual presidente da Bradesco Asset Management, Bruno Funchal, na tarde da
última segunda-feira (30), portanto antes da divulgação do PIB do primeiro
trimestre. Os dados divulgados pelo IBGE ficaram em linha com o que Funchal
esperava. A conversa com ele mirou nas soluções para a constatação feita pela gerente
do IBGE: "Estamos no mesmo nível de PIB de segundo trimestre de
2013". O que fazer para mudar essa dura realidade?
Expectativa para 2022 e 2023
Nossas projeções apontam
para um crescimento de 1,4% em 2022 e de 1% em 2023. Deveremos ter um primeiro
semestre mais forte aqui no Brasil, até surpreendente, mas a inflação também
surpreende. O Banco Central, por isso, deve seguir subindo os juros, cremos que
vá até 13,75% ao ano, e isso vai segurar a atividade. Teremos um primeiro
semestre mais forte, puxado pelos serviços, e um segundo semestre mais fraco,
mas com a inflação voltando a um patamar mais baixo. Para o ano deveremos ter
um IPCA de 9,2%. Em 2023, deve haver um freio de arrumação por conta da
inflação alta, que está corroendo a renda das pessoas. Aliás, isso deve
acontecer no mundo todo. Esperamos um juro de 3% ao ano nos Estados Unidos, é
uma política monetária contracionista.
Como voltar a crescer forte
e de maneira sustentada
Temos um problema grave de
produtividade, que é produzir mais com os mesmos insumos. Penso que uma reforma
tributária daria uma importante contribuição. O maior contencioso jurídico do
país está aí (em 2020 somava 5,44 trilhões), além de ser um sistema muito
complicado, que toma muito tempo das pessoas. Precisamos voltar a discutir com
atenção essa reforma. A reforma administrativa, sobre o tamanho do setor
público, como fazer para entregar mais, observar a adoção de novas tecnologias,
enfim, também precisa entrar no pacote. Outra coisa, eu fui secretário do
Tesouro e posso falar, é a reforma do Orçamento. Hoje a União tem um orçamento
de algo próximo a R$ 1,7 tri por ano, disso aí tudo apenas R$ 100 bi de fato
podem ser discutidos, o resto está travado. Sendo que apenas para rodar os
ministérios, e no osso, são R$ 70 bi. Como faz investimento público e demais
políticas desta maneira? É preciso rever essa rigidez orçamentária, são muitas
vinculações. Veja o caso dos Estados na pandemia: a Constituição manda que os
Estados coloquem obrigatoriamente 25% da sua receita em educação e 12% em
saúde. Só que na pandemia a população precisava urgentemente de mais UTIs,
hospitais, médicos... e as escolas estavam fechadas. Claro que estou falando de
algo extraordinário, mas ilustra bem os efeitos deletérios de algo tão
engessado. Falta dinheiro num lugar e sobra no outro. Para cumprir a regra
começam a pintar escola, pagar abonos... enquanto isso, falta o básico em
outras áreas.
"Temos um problema
grave de produtividade, que é produzir mais com os mesmos insumos. Penso que
uma reforma tributária daria uma importante contribuição"
Infraestrutura
Precisamos continuar
avançando nos marcos regulatórios que facilitem e modernizem as regras e deem
segurança jurídica para a chegada do dinheiro privado. O marco do saneamento
(aprovado em 2020) é um case interessante. Temos um grave problema sanitário,
muita gente não tem sequer água encanada e a maioria dos brasileiros não tem
esgoto tratado. É uma possibilidade enorme de investimento forte em
infraestrutura, mas as regras afastavam o capital. Isso mudou e tivemos um boom
de investimentos (pelas contas do BNDES foram multiplicados por dez). Temos que
avançar mais em outras áreas, fazer a abertura comercial, facilitar a compra de
insumos e incentivar a ampliação da tecnologia.
Privatizações e tamanho do
Estado
Queríamos ter feito mais
privatizações. A da Eletrobras agora vai sair, poderia ter as dos Correios
também, mas o avanço é lento. O importante é estar indo para o lado certo, mas
o avanço é lento, a aprovação, no legislativo e na burocracia estatal, é
complicada. Os imóveis da União, aí no Espírito Santo há alguns, temos que sair
do varejo da venda. Está claro que não dá para fazer um a um. O Ministério da
Economia já discute fazer via fundo, com um pacotão de imóveis ali dentro.
Estão discutindo com o Tribunal de Contas da União. O fato é que aquilo ali (os
imóveis) custa caro, a União não tem interesse, em muitos casos o setor privado
quer comprar, mas nós não conseguimos vender...
"Precisamos continuar
avançando nos marcos regulatórios que facilitem e modernizem as regras e deem
segurança jurídica para a chegada do dinheiro privado"
Gastos do governo
Precisamos discutir a
trajetória da dívida, a questão fiscal. O teto de gastos é relevante e deu
resultado. Mas o ponto não é só o teto, é a sociedade discutir o que ela quer.
É mais Estado ou menos Estado? É pagar mais impostos ou pagar menos impostos? É
preciso cobrar dos candidatos o plano com clareza. O que farão e como farão. Com
base nas propostas, sem populismo, a sociedade dará a resposta. Os candidatos -
falo do legislativo, governos e presidência - precisam ser cobrados a dar
respostas sobre essas questões, apresentar o plano.
Abdo Filho, A Gazeta ES
|
Para saber mais, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre os livros, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre a Coleção, clique aqui.
|
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui.
- - - - - -
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui. O autor: No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
-----------
| Clique aqui para saber mais. |
| Click here to learn more. |
| Para saber mais, clique aqui. |
|
|
Para saber mais, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre os livros, clique aqui. |
|
Para saber mais sobre a Coleção, clique aqui.
|
|
Para saber mais sobre o livro, clique aqui.
- - - - - -
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui. O autor: No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
-----------
| Clique aqui para saber mais. |
| Click here to learn more. |
| Para saber mais, clique aqui. |
|