Os chefes de
Estado e de governo americano, alemão, britânico, canadense, francês, italiano
e japonês encontram-se de domingo (26) até terça-feira no castelo de Elmau,
cerca de vinte quilômetros ao sul de Munique. A Alemanha é a responsável pela presidência
rotativa do G7 deste ano. Na agenda desta cúpula: a guerra na Ucrânia, as
tensões no mercado energético e a crise alimentar.
"Devemos ficar
juntos", disse o presidente americano Joe Biden ao chanceler alemão Olaf
Scholz no início da entrevista coletiva que abriu a cúpula. O presidente russo,
Vladimir Putin, esperava "que, de uma forma ou de outra, a Otan e o G7 se
separem", disse Biden. "Mas não vamos", acrescentou.
Biden chamou a Alemanha de
"o aliado mais próximo" dos Estados Unidos e elogiou Olaf Scholz, que
teve "um enorme impacto" na Europa.
Um alto funcionário da Casa
Branca disse que o presidente dos EUA "desenvolveu uma relação de trabalho
muito próxima e eficaz com Scholz".
Reafirmação da unidade
ocidental
Um dos principais desafios
desta cúpula do G7 é reafirmar a unidade dos ocidentais diante de uma guerra na
Ucrânia que corre o risco de se estender no tempo e provocar o aumento dos
preços da energia e dos alimentos.
E, antes mesmo de a cúpula
começar, um funcionário americano disse a jornalistas que o grupo das sete
democracias mais industrializadas vai decretar um embargo às importações de
ouro russo.
Espera-se que Londres e
Washington anunciem a decisão já neste domingo, e uma declaração oficial e
formal será divulgada na terça-feira.
Milhares de policiais estão
mobilizados para garantir a reunião, neste complexo de luxo ao pé dos Alpes. No
sábado, a cem quilômetros de distância, milhares de manifestantes marcharam nas
ruas de Munique para exigir ações mais fortes para combater as mudanças
climáticas.
A participação dos cinco
países de fora do G7 será nesta segunda-feira (27). A Argentina será o único da
América Latina.
O presidente argentino,
Alberto Fernández, quer ser o porta-voz da região contra a guerra, mas também
quer substituir a Rússia no abastecimento de gás à Europa e de alimentos ao
mundo. Para isso, vai pedir às maiores economias que invistam na Argentina como
um fornecedor estável e confiável.
Embora a Argentina tenha a
segunda maior reserva mundial de gás não convencional, o país requer fortes
investimentos para extrair, transportar e exportar à Europa.
A Argentina também é uma das
maiores produtoras mundiais de milho e de trigo, justamente os dois produtos
agrícolas mais afetados pela guerra na Ucrânia. Mas o país tem uma economia
desordenada que afasta os investimentos. De repente, com a guerra e as sanções,
a perspectiva para o país mudou.
“A Argentina era um pouco
menos do que um pária internacional até pouco tempo atrás. Hoje, a convidam
para o G7. Mudou a Argentina? Não. Mas tem potencial. Já o mundo mudou em
relação ao que a Argentina pode oferecer. Pode a Argentina responder
imediatamente? Não, mas se ordenar a economia, talvez em dois ou três anos,
sim”, disse o consultor em negócios e analista internacional, Marcelo Elizondo,
ouvido pelo correspondente da RFI em Buenos Aires, Marcio Resende.
Os outros países de fora do
G7, convidados para esta reunião são Senegal, que depende em 60% do trigo da
Rússia, a Indonésia e a África do Sul, que podem substituir a Rússia em
minérios, e a Índia, um dos países que mais risco corre de sofrer com a falta
de alimentos devido à guerra.
RFI
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