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Sede da JBS em Plainwell, no Michigan, nos EUA. © JEFF KOWALSKY AFP/Arquivos |
O
presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Bob
Menéndez, o legislador britânico Ian Liddell-Grainger e o presidente da Comissão
de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Norbert Lins,
pediram nesta terça-feira (4), em Washington, a abertura de uma investigação
sobre "as práticas comerciais" da empresa brasileira de carnes JBS.
Em um comunicado conjunto, os três representantes
ressaltaram a "preocupação crescente" com as práticas comerciais da
JBS, sua controladora J&F Investimentos e suas subsidiárias na Europa e nos
Estados Unidos.
Eles pedem que os EUA, o Reino Unido e a União
Europeia "conduzam investigações legais e coordenadas" para garantir
que "a empresa seja forçada a operar dentro dos padrões esperados de
finanças, negócios e conduta ambiental".
Os três parlamentares também instam as autoridades a
"examinar as práticas antimonopólio e anticompetitivas da JBS para avaliar
se os abusos da empresa podem prejudicar as cadeias de abastecimento de
alimentos",
Na segunda-feira (3), o governo de Joe Biden divulgou
um plano para aumentar a concorrência no setor de carnes, dominado por um grupo
de grandes empresas, entre elas a JBS, que acusa de aumentar os preços aos
consumidores e reduzir a renda dos produtores.
A declaração dos três legisladores afirma que, durante
a última década, a JBS participou de atividades criminosas e "se declarou
culpada de 1.500 atos de suborno" no Brasil, "de violações na fixação
de preços antimonopólio" e de "violar a lei de práticas corruptas no
exterior dos Estados Unidos", além de ainda não ter pagado "bilhões
de dólares em multas".
Os parlamentares, surpresos com o fato de seus
fundadores Wesley e Joesley Batista continuarem a ser acionistas majoritários
"apesar de terem sido condenados criminalmente no Brasil", acusam a
empresa de "obter gado de fazendas que contribuíram para o
desmatamento".
Desmatamento
Considerada o "frigorífico de América
Latina", a JBS está presente em 15 países com mais de 400 unidades
produtivas em cinco continentes. O site oficial da empresa afirma realizar
diversos programas para desenvolver modelos de produção sustentáveis e proteger
e restaurar florestas.
Em dezembro, os maiores frigoríficos brasileiros, JBS,
Marfrig e Minerva, se defenderam das acusações de contribuir com o
desmatamento, após vários supermercados na Europa se comprometerem a retirar de
suas prateleiras produtos suspeitos de origem brasileira.
Eles foram acusados de contribuir com o desmatamento
em algumas regiões do Brasil, como a Amazônia.
Monitoramento
De acordo com a OMG
americana Migthy Earth, alguns produtos obtidos através do desmatamento
podem ser encontrados em supermercados europeus, em forma de charque, carne
enlatada e cortes nobres frescos.
Na época, a JBS, maior exportadora de carne bovina do
mundo, garantiu que pratica uma política de tolerância zero com "o
desmatamento ilegal, o trabalho forçado e o uso indevido de territórios
indígenas ou de áreas protegidas". Há dez anos, a empresa estabeleceu
"um sistema de monitoramento geoespacial que utiliza imagens de satélite
para monitorar seus fornecedores".
A JBS afirmou ter investido em uma nova plataforma
para obter até 2025 "uma cadeia produtiva sem o menor traço de
desmatamento ilegal"
(Com informações da AFP), RFI
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