A pandemia do novo coronavírus, que neste ano afetou os setores da sociedade e da economia, também acelerou as mudanças tecnológicas em curso e impõe mais desafios para 2021, segundo engenheiros e especialistas de diferentes áreas reunidos em um seminário virtual no Brasil.
"A pandemia acelerou os processos tecnológicos
que vinham sendo adotados progressivamente", disse o doutor em ciência da
computação Luis Lamb durante o seminário organizado pela seção brasileira do
Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), que reúne 420.000
profissionais de 160 países.
Posicionamento da telemedicina.
Segundo Jacob Scharcanski, professor do Instituto
de Informática Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a
telemedicina pode ser utilizada, em áreas urbanas, para a realização de
consultas nas quais internistas fazem uma avaliação inicial dos pacientes, à
distância.
Dessa forma, é possível encaminhar os doentes para
serviços de maior complexidade ou mais especializados, quando necessário, além
de reduzir as filas de espera presenciais e "evitar o deslocamento de
pacientes que estão em comunidades remotas", destacou o especialista.
"Tecnologias que agilizam o atendimento, como
a teleconsulta, eram vistas com reservas, mas, devido ao isolamento social,
tornaram-se bem aceitas pela comunidade médica e pelos usuários",
acrescentou Scharcanski.
Durante o seminário de dois dias de duração, que
discutiu os desafios da engenharia no novo cenário mundial, Scharcanski
mencionou também o uso de dispositivos móveis para monitorar, remotamente,
pacientes idosos e doentes crônicos, reduzindo, assim, as taxas de readmissão
no sistema de saúde.
Além disso, para o professor, é fundamental
facilitar o acesso ao serviço básico de saúde, já que esse é um dos principais
gargalos do sistema brasileiro.
"Cerca de 80% dos casos poderiam ser
resolvidos já nas unidades básicas de saúde, e somente aqueles que precisam de
cuidados mais especializados seriam encaminhados para os serviços de maior
complexidade", disse à Agência Efe Scharcanski, que também defendeu o uso
de "tecnologias que aumentam o valor do sistema para o usuário
final", como o prontuário eletrônico, que agilizaria o atendimento.
Inteligência artificial.
Lamb disse, por sua vez, que a inteligência
artificial foi intensificada pelo "treinamento" e
"adaptação" de máquinas, que devem estar mais preparadas para
"situações de improvisação e adaptabilidade" que exigem "mais
raciocínio do que previsão".
"Com a pandemia, o valor da ciência e da
tecnologia foi aumentado por seu uso massivo, não apenas para enfrentar os
desafios da saúde, mas também para o trabalho remoto e digital", afirmou à
Efe o doutor em ciência da computação.
A "resistência" à inteligência
artificial, que antes era vista como "ficção científica", agora é uma
"ferramenta aliada" também para a recuperação econômica", na
qual as empresas que "dominam a tecnologia" passaram a ter o mesmo
peso daquelas que exploram recursos ou comercializam serviços, ressaltou o
especialista.
Segurança virtual.
Marcos Simplício, professor de Engenharia da
Computação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), por
sua vez, destacou a importância que sua área assumiu durante a pandemia, devido
ao aumento do número de pessoas e empresas que tiveram que se adaptar e entrar
no mundo virtual.
"Nunca se comprou tanto com o comércio
eletrônico, e a covid-19 criou uma grande preocupação que antes só era sentida
em retrospectiva quando os problemas surgiam. Na pandemia, houve um aumento de
80% nos ataques através de sites falsos e um aumento de 60% nas fraudes
financeiras, especialmente contra idosos", afirmou.
Para Simplício, o uso da nuvem para prevenir
ataques cibernéticos e a educação dos usuários são alguns dos "mecanismos
de proteção" que devem ser adotados "imediatamente".
Internet 5g e teletrabalho.
O engenheiro Raúl Colcher, por sua vez, destacou
que a quinta geração da telefonia móvel (5G) revolucionará a chamada
"Internet das Coisas (IoT)" através do uso de robôs em hospitais e
fábricas, que com a pandemia começaram a implementar o trabalho remoto para
alguns de seus profissionais.
De acordo com Paulo Miyagi, professor de engenharia
mecatrônica da USP, em 2021 o ensino terá que ser feito em parte à distância e
em parte presencial, e com isso serão necessários recursos tecnológicos. Nesse
cenário, a tecnologia 5G facilitará a velocidade da conexão à internet.
Veículos elétricos e energias alternativas.
Os carros elétricos, segundo os especialistas Édson
Watanabe e Cyro Boccuzzi, e as fontes alternativas de energia, como a solar e a
eólica, como explica Maurício Salles, voltaram a ganhar força durante a
pandemia, complementando as necessidades de mobilidade e automatização de
outras áreas.
Boccuzzi, presidente do Fórum Latino-americano de
Smart Grid - as redes inteligentes de distribuição e transmissão de energia
elétrica que utilizam recursos digitais e da Tecnologia da Informação -,
explicou que, diante da alta demanda de energia, a identificação do consumidor
final permitirá a adequação de diferentes sistemas que melhor se adaptem a suas
necessidades.
Efe
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