O novo Centro Cultural Heydar Aliyev, no Azerbaijão. / iwan baan
Do jornal El
Pais, releio uma interessante matéria “Arquitetos astros... da propaganda”.
Ajuda a esclarece a vinculação entre a
arquitetura e as grandes obras com as ditaduras e os governos autoritários.
Nada há de
estranho nesta doentia relação. Os governantes autoritários intentam, na
realidade a imortalidade dos antigos faraós, o que desejam é adentrar a
posteridade, ainda que isto represente o sacrifício de inúmeras gerações.
Curioso como
guardam aderência à suntuosidade dos palácios, ao gigantismo, ao esplendor, fausto,
pompa e ostentação.
Lembro-me de
um debate que participei com Oscar Niemayer. Quando questionado sobre esta
relação siamesa entre os projetos faraônicos de engenharia e arquitetura com os
déspotas e ditadores, procurou filosofar: “é nas ruas que se fazem as
transformações sociais e não sobre uma prancheta...”. Então, tá!
Na
sequência, um pequeno extrato da matéria veiculada no jornal espanhol, e, mais
adiante, o link que remete ao texto integral. Vale a pena ler.
“(...)Além de Nursultán Nazarbáyev — o presidente cazaque que, em 1997, fez com que a fundação desse novo centro urbano coincidisse com o dia do seu aniversário –, Foster é o grande protagonista da operação urbanística que quer transformar um antigo povoado da estepe na primeira capital do século XXI. O último exemplo de como a melhor arquitetura está servindo a regimes totalitários para enviar uma mensagem de progresso adquire as formas curvas do novo edifício assinado por Zaha Hadid: o Centro Cultural Heydar Aliyev. Erguido em Baku (Azerbaijão), quer contribuir para a modernização e, por tanto, a democratização da antiga república soviética. Mas, evidentemente, isso não é fácil.
(...)”
[Mais, aqui.]