Ameaçado por um dos maiores exércitos do mundo, governo em Taiwan segue a estratégia de dificultar ao máximo uma invasão. Não está claro até que ponto a ilha poderia contar com os EUA em caso de um ataque chinês.
As tensões entre Pequim e Washington se elevaram em
meio à visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy
Pelosi.
Pelosi – a mais alta autoridade americana depois do
presidente Joe Biden e da vice-presidente Kamala Harris – tem criticado
ferozmente a China há décadas, enquanto apoia fortemente a oposição de Pequim,
incluindo os manifestantes da Praça da Paz Celestial, o líder budista tibetano
Dalai Lama e ativistas pró-democracia de Hong Kong.
Pelosi chegou a Taiwan nesta terça-feira (02/08). Sua presença irritou as autoridades chinesas,
que recentemente aumentaram seu patrulhamento agressivo e os sobrevoos sobre a
zona de defesa aérea de Taiwan enquanto conduziam exercícios militares.
EUA
defenderão Taiwan contra China?
Não está claro até que ponto Taiwan poderia contar com
o apoio dos EUA em caso de agressão da China.
Por décadas, Washington tem adotado uma política de
ambiguidade estratégica em relação a Taiwan, oficialmente conhecida como
República da China. Os EUA mantêm uma relação amigável com o governo taiwanês,
mas não o reconhecem como um Estado totalmente soberano, e não há relações
diplomáticas formais. A Casa Branca tem vendido equipamentos militares de
defesa para Taiwan, mas não se comprometeu oficialmente com uma intervenção
militar.
Enquanto isso, a China vê a ilha como seu território e
vem desenvolvendo planos para retomá-la, se necessário, à força.
Nas últimas décadas, o Partido Comunista Chinês vem
preparando sua ala militar, conhecida como Exército de Libertação Popular da
China (PLA). Ele supera as forças taiwanesas e, de acordo com alguns
especialistas, é mais poderoso do que as forças que qualquer um dos apoiadores
de Taiwan, como EUA ou Japão, poderiam levar para a região.
Mas isso não significa que Taiwan esteja completamente
indefesa contra um possível ataque do Exército de Libertação Popular da China.
Estratégia
do porco-espinho
O risco potencial de uma invasão chinesa paira sobre
Taiwan há décadas – tempo suficiente para o desenvolvimento de um sistema de
defesa sofisticado e adequado à sua geografia.
Para lidar com uma potência gigantesca como a China,
Taiwan adotou um método de guerra assimétrico conhecido como "estratégia
do porco-espinho", que visa tornar a invasão muito difícil e custosa para
o inimigo.
Taiwan acumulou grandes estoques de armas e munições
antiaéreas, antitanque e antinavio. Isso inclui veículos aéreos não tripulados
e munições de baixo custo, como mísseis de cruzeiro de defesa costeira, que têm
a capacidade de destruir os caros navios e equipamentos navais da China.
As embarcações furtivas de ataque rápido e os barcos de
assalto com mísseis são outros equipamentos relativamente baratos, mas
altamente eficazes. Eles podem ficar dispersos entre embarcações de pesca nos
portos de Taiwan. As minas marítimas e os navios rápidos que lançam minas
também podem complicar as operações de desembarque de qualquer marinha
invasora.
Defesa
marítima em várias camadas
Para tomar a ilha rapidamente, o Exército de Libertação
Popular da China precisaria transportar muitos soldados e grandes quantidades de
suprimentos – veículos blindados, armas, munições, alimentos, suprimentos
médicos e combustível – pelo estreito que divide os dois territórios. Isso só é
possível por via marítima, uma vez que as pontes aéreas e as frotas de aviões
têm capacidade limitada.
O território de Taiwan inclui uma cadeia de ilhas,
algumas delas próximas às costas chinesas. Os equipamentos de monitoramento
instalados nessas ilhas podem detectar a primeira frota partindo do litoral da
China. Isso deve dar às forças taiwanesas tempo suficiente para coordenar uma
defesa em várias camadas.
As minas marítimas, combinadas com embarcações de
ataque rápido e mísseis, juntamente com munições terrestres posicionadas em
praias e ilhas próximas, enfrentariam o exército chinês em seu estado mais
vulnerável, antes que ele tivesse a chance de pousar e iniciar uma operação.
Guerrilha
Taiwan também preparou suas cidades para uma guerrilha,
caso o exército chinês consiga chegar à costa de seu território.
Sistemas de defesa aérea portáteis (Manpads) e armas
antiblindagem móveis, como sistemas de foguetes de artilharia de alta
mobilidade (Himars), podem ser usados em
combates urbanos, enquanto edifícios
podem ser transformados em quartéis.
De acordo com um relatório publicado pela think tank
americana Rand Corporation em 2017, há 2,5 milhões de reservistas e 1 milhão de
voluntários da defesa civil. No total, esse número representa cerca de 15% da
população taiwanesa e um homem em cada quatro.
Prioridade:
defender sistemas de defesa
Um dos principais objetivos das táticas de Taiwan é
proteger os principais sistemas de defesa, incluindo aeronaves e sistemas de
defesa antibalísticos, que podem interceptar foguetes e infligir danos
primários às potências invasoras.
Nos últimos dois anos, Taiwan comprou dezenas de caças
avançados dos EUA, enquanto fabricava seu próprio AIDC F-CK-1 Ching-Kuo,
apelidado de Indigenous Defense Fighter. Muitas aeronaves estão sendo mantidas
em bases com segurança reforçada, com os pilotos treinando pouso em rodovias no
caso de aeroportos serem bombardeados.
Além disso, mesmo que Washington não se envolva em um
potencial conflito, o país prometeu continuar vendendo sistemas de defesa e
fornecer apoio de inteligência a Taiwan.
Todas essas medidas ajudariam Taiwan a enviar uma
mensagem à China de que, se uma guerra eclodisse, ela seria longa, cara e
sangrenta. No entanto, para uma ilha autônoma pequena, como Taiwan, o melhor
cenário seria que o conflito nunca ocorresse.
DW,
Monir Ghaedi
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
Para saber mais clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
Para saber mais sobre os livros, clique aqui. |
Para saber mais sobre a Coleção, clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. - - - - - - No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui. No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
-----------
|