Planejamento Estratégico Quasar K+: Educação, gestão pública e desenvolvimento

Nas últimas décadas o Brasil vem amargando inúmeras derrotas. Os indicadores sociais - destacando-se a perversa concentração da renda - estão todos os dias a demostrar o quanto temos procrastinado a caminhada em direção ao desenvolvimento sustentável.

Este quadro se mostra tanto mais surrealista quando se coteja esses ultrajantes indicadores - que expressam nossa proterva miséria - com a riqueza bruta nacional que situa o Brasil dentre as maiores economias do planeta.

Mas há um atenuante que deve ser considerado. Em que pesem as agruras de nosso processo de exclusão social, cada vez mais se consolida na opinião pública nacional a consciência de que recursos aplicados na área educacional não representam gasto e sim investimento, cujo retorno implica, sobretudo, em democratizar oportunidades.

Hoje qualquer político, mesmo um candidato a inspetor de quarteirão, não consegue deixar de lado, em seu proselitismo eleitoral, o componente educação. O conjunto da sociedade já está convencido que o setor é de importância estrutural quando se discute o desenvolvimento de uma nação. Já é senso comum que os países só logram alcançar a posição de desenvolvidos após persistirem nos investimentos em educação. Pesquisa da Unesco revela um dado sintomático: ao se tomar como referência a soma das despesas públicas efetuadas do dia em que o aluno entra na escola até completar 15 anos, a Coréia do Sul investe, em cada uma de suas crianças, três vezes mais que o Brasil aplica nas suas.

Mas não basta investir mais, é necessário investir bem, assegurar que os recursos cheguem à ponta, e que beneficiem efetivamente os mais carentes e necessitados. Sua aplicação deve levar em conta a adoção de um sistema de planejamento que reconheça as diferenças regionais e as discrepâncias sociais.

Todavia, enganam-se os que pensam a educação como uma panaceia capaz de resolver todos os problemas e enigmas. Maciços e permanentes investimentos em educação é medida mais que necessária para alavancar nosso desenvolvimento, mas, definitivamente, não é uma medida suficiente, ou que baste de per si.

Alguns anos atrás cerca de 131 mil pessoas se inscreveram para disputar um emprego de gari no Rio de Janeiro. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana daquela cidade estava a oferecer seis mil vagas de reserva de gari, oferecendo como remuneração o salário mínimo. A relação candidato por vaga ficou em 21,83. Muito maior que o verificado nos vestibulares de alguns dos principais cursos oferecidos por universidades federais.

O quadro de crise social vem se demonstrando inesgotável e tem se aprofundado com o decorrer do tempo.

Analisando a taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do Brasil, o IBGE constata que ela já se aproxima do patamar de 10,00% em relação à PEA – População Economicamente Ativa.

Outro sintoma do entresseio econômico são os concursos públicos que exigem dos candidatos tão somente a comprovação de conclusão do ensino fundamental.

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