A estrutura militar, a organização linear & Jules Henri Fayol
No artigo anterior, postado logo abaixo, discorremos sobre um dos modelos que impactaram a estruturação e administração das modernas organizações: o criado pela Igreja Católica. Mas existe um outro tão importante quanto, um modelo largamente utilizado pelos exércitos do período antigo, pré-medieval, denominado de organização linear.
Quando em guerra, os exércitos antigos encontravam-se – para travar o combate - num campo de batalha aberto, com os pelotões dispostos frente a frente, numa formação linear. Essa característica, utilizada praticamente por toda a antiguidade, adentrando a idade média, é que originou a organização administrativa linear.
Foi este tipo de formação em linha que inspirou os estudos de Fayol, sistematizados nos princípios condensados no que denominou “organização linear”.
A organização linear de Fayol é alicerçada em quatro elementos.
OS ELEMENTOS DA ORGANIZAÇÃO LINEAR DE FAYOL
No primeiro elemento, a “unidade de comando”, cada pessoa, cada empregado, é remetido a apenas um chefe. Seria impossível imaginar um exército prescindindo dessa característica. No calor das batalhas, o soldado deve ter internalizado na mente que - sob quaisquer circunstâncias, receberá ordens de uma única pessoa, um único chefe.
No segundo, a “unidade de direção”, os planos setoriais convergem para planos mais abrangentes, estabelecendo um encadeamento que desemboca nos objetivos operacionais e estratégicos da instituição.
O terceiro elemento, a “centralização da autoridade”, concebe o poder e a autoridade superior da instituição ocupando o pico de uma estrutura piramidal, concentrada e isolada no ponto máximo da escala de comando.
E finalmente, o quarto princípio da organização linear, a “cadeia escalar”, dá movimento à escala e aos níveis de hierarquia, ordenando que um nível inferior da hierarquia esteja sempre subordinado ao imediatamente superior.
São princípios e características tão vinculados e inerentes à organização militar que não se concebe a existência de um sem o outro.
Todavia, apesar da ortodoxia das organizações militares e das escassas possibilidades de adequações, face seus princípios de rigidez e disciplina, a história é repleta de exemplos registrando, sobretudo nas guerras, os movimentos dos exércitos em direção à flexibilização.
Conta-se que Napoleão Bonaparte, o general francês derrotado em 1815, na batalha de Waterloo, sempre complementava suas ordens com as devidas explicações. Sua experiência nos campos de batalha ensinou que a obediência cega trás quase sempre prejuízos e, no mínimo, resultados pífios e duvidosos.
Foram, portanto, as organizações católica e militar que contribuíram com destaque, nos primórdios, para a estruturação da administração institucional. Depois de Jules Henri Fayol muita água já correu debaixo da ponte. À medida que a evolução da humanidade foi se orquestrando, novas características foram sendo adquiridas, novos paradigmas absorvidos, até que conformamos a substrato atual, onde as pessoas, o ambiente e as tecnologias são utilizados de forma indissociável.
Antônio Carlos dos Santos é o criador da metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+.
No artigo anterior, postado logo abaixo, discorremos sobre um dos modelos que impactaram a estruturação e administração das modernas organizações: o criado pela Igreja Católica. Mas existe um outro tão importante quanto, um modelo largamente utilizado pelos exércitos do período antigo, pré-medieval, denominado de organização linear.
Quando em guerra, os exércitos antigos encontravam-se – para travar o combate - num campo de batalha aberto, com os pelotões dispostos frente a frente, numa formação linear. Essa característica, utilizada praticamente por toda a antiguidade, adentrando a idade média, é que originou a organização administrativa linear.
Foi este tipo de formação em linha que inspirou os estudos de Fayol, sistematizados nos princípios condensados no que denominou “organização linear”.
A organização linear de Fayol é alicerçada em quatro elementos.
OS ELEMENTOS DA ORGANIZAÇÃO LINEAR DE FAYOL
No primeiro elemento, a “unidade de comando”, cada pessoa, cada empregado, é remetido a apenas um chefe. Seria impossível imaginar um exército prescindindo dessa característica. No calor das batalhas, o soldado deve ter internalizado na mente que - sob quaisquer circunstâncias, receberá ordens de uma única pessoa, um único chefe.
No segundo, a “unidade de direção”, os planos setoriais convergem para planos mais abrangentes, estabelecendo um encadeamento que desemboca nos objetivos operacionais e estratégicos da instituição.
O terceiro elemento, a “centralização da autoridade”, concebe o poder e a autoridade superior da instituição ocupando o pico de uma estrutura piramidal, concentrada e isolada no ponto máximo da escala de comando.
E finalmente, o quarto princípio da organização linear, a “cadeia escalar”, dá movimento à escala e aos níveis de hierarquia, ordenando que um nível inferior da hierarquia esteja sempre subordinado ao imediatamente superior.
São princípios e características tão vinculados e inerentes à organização militar que não se concebe a existência de um sem o outro.
Todavia, apesar da ortodoxia das organizações militares e das escassas possibilidades de adequações, face seus princípios de rigidez e disciplina, a história é repleta de exemplos registrando, sobretudo nas guerras, os movimentos dos exércitos em direção à flexibilização.
Conta-se que Napoleão Bonaparte, o general francês derrotado em 1815, na batalha de Waterloo, sempre complementava suas ordens com as devidas explicações. Sua experiência nos campos de batalha ensinou que a obediência cega trás quase sempre prejuízos e, no mínimo, resultados pífios e duvidosos.
Foram, portanto, as organizações católica e militar que contribuíram com destaque, nos primórdios, para a estruturação da administração institucional. Depois de Jules Henri Fayol muita água já correu debaixo da ponte. À medida que a evolução da humanidade foi se orquestrando, novas características foram sendo adquiridas, novos paradigmas absorvidos, até que conformamos a substrato atual, onde as pessoas, o ambiente e as tecnologias são utilizados de forma indissociável.
Antônio Carlos dos Santos é o criador da metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+.
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