Os ganhadores do Prêmio Nobel da Paz, procedentes de Rússia, Ucrânia e Belarus, repudiaram o que chamaram de "guerra insensata e criminosa" de Vladimir Putin, ao receberem a prestigiosa honraria, neste sábado (10), em Oslo.
Originários dos três países
envolvidos no conflito, o militante bielorrusso Ales Beliatski - preso em seu
país -, a ONG russa Memorial - dissolvida judicialmente - e o Centro para as
Liberdades Civis (CCL), da Ucrânia, foram contemplados por seu compromisso a
favor "dos direitos humanos, da democracia e da coexistência
pacífica" frente às forças autoritárias.
"O povo da Ucrânia quer
a paz mais do que ninguém no mundo", disse a diretora do CCL, Oleksandra
Matviichuk, na cerimônia de entrega.
"Mas a paz para um país
atacado não se consegue depondo as armas. Isso não seria paz, mas
ocupação", acrescentou.
Criado em 2007, o CCL
reporta os crimes de guerra das tropas russas e pró-russas na Ucrânia.
Após os bombardeios russos
contra as infraestruturas energéticas ucranianas, Matviichuk teve que escrever
seu discurso de agradecimento do Nobel à luz de uma vela, disse à AFP em
entrevista antes da cerimônia.
Em nove meses de invasão
russa, o CCL registrou "mais de 27.000 episódios" de crimes de
guerra, segundo ela, e isso é "só a ponta do iceberg".
"A guerra transforma as
pessoas em números. Temos que devolver um nome a todas as vítimas dos crimes de
guerra", disse.
- 'Aspirações imperiais' de
Putin -
Com a voz embargada,
Matviichuk pediu mais uma vez a criação de um tribunal internacional para
julgar "Putin, [seu aliado, o dirigente bielorrusso Alexander] Lukashenko
e outros criminosos de guerra".
O presidente do Memorial, o
russo Yan Rachinski, denunciou, por sua vez, as "aspirações
imperiais" em seu país, herdadas da URSS.
A Rússia de Putin distorceu
o sentido histórico da luta antifascista "em benefício de seus próprios
interesses políticos", disse.
Agora, "resistir à
Rússia equivale ao fascismo", insistiu.
Essa distorção dá uma
"justificativa ideológica à guerra de agressão insensata e criminosa
contra a Ucrânia", disse, apesar da proibição imposta em Moscou a críticas
públicas contra a invasão.
A Memorial, fundada em 1989,
se dedicou a denunciar os crimes cometidos durante o período stalinista da
União Soviética, além de alertar para violações de direitos humanos na Rússia.
A justiça russa dissolveu
esta ONG no fim de 2021 e decidiu revistar seus escritórios em 7 de outubro
deste ano, no mesmo dia em que o Nobel da Paz lhe foi atribuído.
"Atualmente, o número
de presos políticos na Rússia é superior ao número total em toda a União
Soviética no início do período da perestroika, nos anos 1980", alertou
Rachinski.
- 'Uma ditadura escrava' -
O terceiro premiado, o
ativista bielorrusso Ales Beliatski, fundador da ONG de defesa dos direitos
humanos Viasna, está preso desde julho de 2021.
À espera do julgamento no
qual poderá ser condenado a 12 anos de prisão por "contrabando" a
favor da oposição do regime repressivo de Lukashenko, este militante de 60 anos
não foi autorizado a transmitir um discurso de agradecimento pelo Nobel.
Em seu nome, sua esposa,
Natalia Pinchuk, teve que se limitar a repetir algumas de suas palavras,
especialmente as que fazem alusão à luta contra "a internacional das
ditaduras".
Na Ucrânia, a Rússia quer
estabelecer "uma ditadura escrava, a mesma coisa na Belarus atual, onde a
voz do povo oprimido é ignorada, com bases militares russas, uma grande
dependência econômica, uma russificação da cultura e da língua", disse.
"A bondade e a verdade devem poder ser protegidas", acrescentou.
Em Estocolmo, Suécia, foram
entregues na tarde deste sábado os outros prêmios Nobel (Medicina, Física,
Química, Literatura e Economia). A escritora francesa Annie Ernaux recebeu o de
Literatura, e o americano Ben Bernake, ex-presidente do Fed, o de Economia.
Este ano foram distribuídos
até 26 prêmios, um número especialmente elevado, que se deve ao fato de também
terem sido entregues as homenagens concedidas em 2020 e 2021, quando as
cerimônias de entrega não puderam ser realizadas por causa da Covid-19.
AFP, Pierre-Henry Deshayes
- - - - -
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
Para saber mais clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |
Para saber mais sobre os livros, clique aqui. |
Para saber mais sobre a Coleção, clique aqui. |
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. - - - - - - No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui. No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
-----------
|