A população brasileira totalizava
203.062.512 pessoas em 31 de julho do ano passado, segundo os dados do Censo
Demográfico 2022, divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Apesar de uma forte perda de fôlego no ritmo de
crescimento populacional, o resultado significa um aumento de 6,5% em relação
aos 190,8 milhões de habitantes contados no Censo anterior, realizado em 2010,
o equivalente a 12,307 milhões de pessoas a mais em pouco mais de uma década.
O montante ficou significativamente aquém das estimativas
preliminares entregues pelo IBGE ao Tribunal de Contas da União (TCU), em 28 de
dezembro do ano passado, quando o instituto informou a existência de
207.750.291 pessoas no Brasil, população calculada já com base em dados
preliminares coletados pelo Censo 2022. O número de habitantes do País é usado
no cálculo do rateio do Fundo de Participação dos Municípios, além de
determinar o tamanho das representações políticas, como a quantidade de
vereadores e de deputados federais e estaduais, entre outras finalidades, frisa
o IBGE.
Segundo o instituto, ainda não foi possível mensurar se a
perda de vidas para a covid-19, que superou 700 mil mortes confirmadas pela
doença no Brasil, afetou significativamente o crescimento populacional no País.
Os dados ainda estão sendo analisados por técnicos do IBGE, informou o
presidente interino do instituto, Cimar Azeredo. A queda na taxa de
fecundidade, que mede o número de filhos nascidos vivos por mulher em idade
reprodutiva, já vinha desacelerando o aumento da população brasileira, lembrou
o instituto.
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De 2010 a 2022, a taxa média de crescimento anual da
população do País foi de 0,52%, a mais baixa já vista desde que o primeiro
Censo foi conduzido no Brasil, em 1872. Entre 2000 e 2010, a taxa média de
crescimento populacional anual era de 1,17%, mais que o dobro da atual.
A população brasileira apresentou, até a década de 1940,
altos níveis de fecundidade e mortalidade. Com o início do processo de redução
dos níveis da mortalidade, a partir de meados dos anos 1940, e a manutenção dos
altos níveis de fecundidade vigentes à época, o ritmo do crescimento
populacional aumentou e apresentou seu maior pico na década de 1950, com uma
taxa média de crescimento anual de 2,99%. No começo dos anos 1960, inicia-se
lentamente o declínio dos níveis de fecundidade, e, a partir de 1970, já é
possível verificar, por meio dos dados dos Censos Demográficos, a redução do
crescimento populacional , justificou o IBGE, na publicação.
Atualmente, a população cresce a uma velocidade maior no
Centro-Oeste, com taxa anual de incremento populacional de 1,23%, ultrapassando
assim a do Norte, que liderava o crescimento da população até o Censo anterior,
mas teve essa velocidade de reduzida a 0,75%. No Sul, a taxa de crescimento
populacional anual foi de 0,74%; no Sudeste, de 0,45%; e no Nordeste, de 0,24%.
Em todas as grandes regiões do País houve redução no
ritmo anual de incremento da população em relação ao Censo anterior, de 2010.
É uma tendência, se essa tendência se acelerou a gente
vai entender isso daqui a pouquinho, com as análises que serão feitas , apontou
Azeredo, acrescentando que a coleta do Censo terminou em campo terminou no
último dia 28 de maio, e que os demógrafos do instituto já estão debruçados
sobre as informações obtidas, mas precisam de mais tempo para fazer as análises
necessárias. Esse é o resultado da população definitiva do Censo. A gente tem
que tomar cuidado com relação a conjecturar. Acho que a gente tem que esperar o
trabalho que os demógrafos estão fazendo, com certeza já estão se debruçando.
Distribuição regional
A região Sudeste detinha 84,8 milhões de moradores, 41,8%
da população do País. O Centro-Oeste é a região menos populosa, com 16,3
milhões de habitantes, 8,0% da população brasileira. O Norte concentrava 8,5%
dos brasileiros, 17,3 milhões; o Sul, 14,7%, com 29,9 milhões; e o Nordeste,
26,9%, com 54,6 milhões.
A distribuição da população por região geográfica
praticamente se mantém estável [em relação ao Censo 2010] , apontou o
coordenador técnico do Censo, Luciano Duarte. Só o Estado de São Paulo
representa um quinto da população do País , acrescentou.
Os três Estados mais populosos somavam juntos quase 40%
dos brasileiros: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. São Paulo tinha
44,420 milhões de habitantes, 21,88% de toda a população do Brasil; Minas
Gerais detinha 20,539 milhões de pessoas, 10,11% da população; e Rio de
Janeiro, 16,055 milhões, 7,91% da população.
Estadão
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